Síndrome do encarceramento: mulher vive paralisada há 15 anos.
Christine Waddell tem síndrome do encarceramento há 15 anos e só consegue mexer os olhos, mas luta para viver
Foto: BBC Brasil
A
britânica Christine Waddell vive há 15 anos em uma cadeira de rodas, sem
conseguir se mover, alimentar-se ou falar por conta própria. Mesmo assim, sua
mente continua funcionando normalmente. Waddell é uma vítima da síndrome do
encarceramento - uma paralisia dos músculos do corpo em consequência de AVCs
(acidentes vasculares cerebrais) ou de um trauma grave no cérebro. Pacientes
como Waddell - a qual sofreu um derrame em 1997 - têm controle apenas sobre o
movimento dos olhos.
Christine Waddell tem síndrome do encarceramento há 15 anos e só consegue mexer os olhos, mas luta para viver
Foto: BBC Brasil
Foto: BBC Brasil
Hoje, Waddell se comunica com o
mundo por meio de sua cuidadora, Carol, que lê a lista de números e letras
"ditos" pela paciente com seus olhos. Ainda assim, Waddell tem fé em
sua recuperação: "acredito em mim. Tudo pode acontecer", diz ela, em
entrevista àBBC.
A síndrome do encarceramento ganhou destaque recente
na Grã-Bretanha com a história de Tony Nicklinson, vítima da paralisia que
pedia na Justiça o direito de morrer com a assistência de médicos. Nicklinson
afirmava que sua vida havia se tornado um pesadelo desde que adquirira a
síndrome do encarceramento, mas seu pedido de suicídio assistido foi recusado
pela Justiça da Grã-Bretanha. O britânico acabou morrendo em agosto.
"Normal"
Waddell defende a causa de Nicklinson, mas afirma que, ao contrário dele, tem vontade de viver. "Acho que ele estava certo quanto ao direito de terminar sua própria vida. Mas é uma questão individual, sobre como cada um se sente. Você se acostuma, então (a condição) já é normal para mim", opina a britânica.
Waddell defende a causa de Nicklinson, mas afirma que, ao contrário dele, tem vontade de viver. "Acho que ele estava certo quanto ao direito de terminar sua própria vida. Mas é uma questão individual, sobre como cada um se sente. Você se acostuma, então (a condição) já é normal para mim", opina a britânica.
Ela diz que "sempre acreditou" que se
recuperaria, sensação reforçada, há oito anos, ao sentir o movimento dos dedos
do pé. "Vou me recuperar, porque eu realmente quero." Ainda assim,
não esconde o sofrimento causado pela síndrome do encarceramento.
"Antes do meu derrame, eu era uma pessoa cheia
de energia. Adorava dar risada", conta. "Lembro-me como se fosse
ontem do dia em que tive o derrame. Estava deitada e passei mal. O telefone
estava tocando, mas não conseguia enxergar o suficiente para atendê-lo".
Risadas e Facebook
Carol, a cuidadora, explica que a comunicação com Waddell se dá por uma tabela com as letras do alfabeto. A paciente pisca a cada letra de cada linha que ela quer usar para formar uma frase.
E, apesar de não
conseguir falar, Waddell consegue rir - algo que ela faz quando Carol revela à
reportagem daBBC que a paciente ainda gosta de tomar
dois drinques de vodca por semana. Waddell diz também que as redes sociais são
uma importante ferramenta para sua comunicação. "Facebook e coisas do tipo
melhoraram a minha vida, porque me permitem fazer contato com os meus
amigos", relata. FONTE
Carol, a cuidadora, explica que a comunicação com Waddell se dá por uma tabela com as letras do alfabeto. A paciente pisca a cada letra de cada linha que ela quer usar para formar uma frase.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar esta postagem.