Devido à pandemia, conforme explica o filho André Francisco Cerignoni, na quarta-feira (9), quando foi internado com insuficiência respiratória, os médicos pediram exame para covid-19. Como o resultado não foi emitido antes de sua morte, o velório e enterro foram reservados para familiares e seguiram os protocolos sanitários. Ele foi enterrado no Cemitério da Saudade ontem, às 17h, aos 71 anos.
Conhecido pelo apelido Chico Pirata, que ganhou dos amigos da Esalq, deixa a esposa Maria Cristina, com quem foi casado por 42 anos, os filhos André, Daniel, e Felipe, além das três noras, quatro netos e um bisneto. “Uma pessoa íntegra, honesta de um raciocínio singular, um exemplo. Ele foi um articulador, um defensor da classe mais excluída. A vida inteira fez esse trabalho de defender quem precisava ser defendido”, lembra André.
Boa parte da participação política de Chico Pirata foi como secretário e assessor do ex-prefeito e ex-deputado federal João Herrmann Neto, já falecido. “É difícil ver alguma pessoa hoje que tenha a mesma motivação que ele tinha para a causa”, comenta Gustavo Herrmann, diretor Koppert Brasil e filho de João Herrmann Neto.
Da mesma turma de Chico Pirata na Esalq, Antonio Roque Dechen, professor sênior da universidade, lembra que o amigo continuará sendo referência. “Um exemplo para todos os seus amigos, em especial para os colegas da turma de dezembro de 1973 da Esalq”, conta.
“Acredito que o maior papel dele foi o de militante à frente da luta por uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva. […] A luta da pessoa com deficiência não será a mesma sem ele, mas certamente será melhor porque tivemos a ele como mentor”, afirma Letícia Peres Farias Françoso, secretária executiva do CEAPcD.
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