23 setembro 2011

Modelos com deficiência mostram moda inclusiva em desfile.

Ersea Maria Alves desfilou com a ajuda de Toby. Foto: Divulgação

Ersea Maria Alves desfilou com a ajuda de Toby
Foto: Divulgação

Marina Pita
Direto de São Paulo
Quando tinha 18 anos Ersea Maria Alves fez um curso de manequim, mas nunca imaginou que um dia estaria na passarela com seu cão. Ela tem uma doença degenerativa que a fez perder a visão, e aos 57 anos desfilou com a ajuda de Toby, um labrador, na semana da comemoração da luta pelos direitos da pessoa com deficiência, vestindo o modelo vendedor do terceiro Concurso de Moda Inclusiva.
Organizado pela Secretaria Dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, o evento no Museu da Casa Brasileira reuniu cerca de 200 convidados e classificou os 20 melhores trabalhos de moda inclusiva de estudantes e estilistas. Os três primeiros lugares foram premiados com tecido para a confecção de roupas.
A secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, destacou a importância do vestuário. "É inquestionável, na medida em que expõe a dignidade da pessoa", afirmou. As peças usadas pelos cadeirantes apresentavam recursos para facilitar a colocação e retirada, já aquelas desenvolvidas para pessoas com deficiência visual continham etiquetas em braile com sua breve descrição.
Para Ersea, é muito difícil para uma pessoa com deficiência visual ou física trabalhar como modelo profissional, mas foi divertida a brincadeira e louvável a iniciativa de incentivar a moda inclusiva. "Para nós, ter uma etiqueta em braile com a descrição e cor da peça é fundamental para a autonomia".
Ersea é técnica de vendas do SP Turismo como e acredita que esta função lhe cabe melhor. Mas, o momento do desfile foi de grande emoção, porque foi uma demonstração do quanto a sociedade está avançando na inclusão das pessoas com deficiência. Ao final do evento, Linamara apresentou os recursos de acessibilidade disponíveis no evento a todos os presentes.
O destaque ficou para a cabine de audiodescrição, ao fundo da platéia, que mantinha os cegos presentes cientes de tudo o que estava acontecendo, como os detalhes das roupas do desfile. O evento também contou com intérprete de Libras e a passarela contou com recurso de piso tátil direcional. O primeiro lugar do Concurso ficou com Amanda Alves dos Santos, o segundo com Vitória Cuervo de Azevedo Moura e o terceiro com Adriana Silva.






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