29 janeiro 2013

MAIS UMA MATÉRIA QUE PARTICIPEI SOBRE ACESSIBILIDADE

Cidade é obstáculo a cadeirante
 Pensar cadeirante. Para Wanderley Marques de Assis (à esquerda e ao centro), é preciso pensar como um cadeirante para tornar a cidade acessível a pessoas com deficiência. Segundo ele, vagas especiais às vezes não têm calçadas com acesso para cadeiras; à esqueda, o vereador Willis Goulart, que já solicitou adequações ao banheiro da Câmara, elevador e uma rampa elevada para a tribuna
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Com um vereador cadeirante, até mesmo a Câmara de São José terá que fazer obras em banheiro e rampa para a tribuna

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Bastam alguns momentos ao lado de uma pessoa com deficiência para perceber a dificuldade enfrentada por ela no dia-a-dia. 
Pouquíssimas vagas para estacionar o carro --quando o local não está ocupado por quem não deveria--, calçadas em péssimas condições e espaços com acessibilidade precária ou inexistente.
A situação não é novidade para o presidente do CeapCD (Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência), Wanderley Marques de Assis, 41 anos. 
Morador de São José, ele teve paralisia infantil com seis meses de vida e não chegou a andar. Seu veículo de locomoção é uma cadeira de rodas, além de um automóvel adaptado que utiliza para ir trabalhar em São Paulo. 
Parque 
. Antes de começar a conversa, ele já avisa: "o correto é pessoa com deficiência, e não deficiente". O VALE 
pegou carona no carro de Assis e circulou pelas ruas da cidade para testar a acessibilidade de alguns locais públicos em várias regiões. 
No Parque da Cidade, em Santana, zona norte, existem quatro vagas de estacionamento exclusivas para pessoas com deficiência. O problema é que a calçada ao lado não é rebaixada, obrigando o cadeirante a seguir pelo meio do trânsito para chegar à faixa de pedestres e, assim, atravessar o canteiro central. 
"Existe boa vontade, mas é preciso projetar o acesso como um todo, tem de pensar como um cadeirante para fazer direito", disse Assis.
Prédios 
. Construções antigas que hoje abrigam órgãos públicos municipais tratam de maneira diferente os cadeirantes. 
Construído em 1926, o prédio do Espaço Mário Covas, no centro, tem oito degraus na escadaria que dá acesso à porta principal, sendo impossível Assis entrar com sua cadeira. 
O prédio foi tombado como patrimônio histórico em 1994. Mas para o presidente do Ceap-DC, isso não impede uma adaptação. "Existem maneiras de garantir a acessibilidade sem alterar a arquitetura, com elevadores ou pistas elevadas anexas", afirmou.
Diferente do Espaço Mário Covas, o prédio da Biblioteca Municipal Cassiano Ricardo, também no centro e construído em 1910, dispõe de uma entrada exclusiva para pessoas com deficiência, ao lado do estacionamento. 
Academia. 
Na academia ao ar livre da avenida Cidade Jardim, na zona sul, que tem 15 aparelhos de exercícios exclusivos para pessoas com deficiência, Wanderley Assis aponta um erro grave de planejamento: não há acesso ao local.
A calçada em frente ao espaço não tem rebaixamento, o que dificulta um cadeirante de utilizar a academia sozinho. "É tudo muito bonito, só esqueceram de que gente precisa chegar lá antes de usar", disse.
Outro lado. 
Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de São José informou que o assessor de Políticas para Pessoas com Deficiência ainda não foi definido e que, por isso, não comentaria o assunto.
Câmara. 
Segundo vereador cadeirante na história de São José, Willis Goulart (PP), 44 anos, chegou à Câmara prometendo mudanças. Pelo menos uma ele já conseguiu: uma rampa de acesso à Mesa Diretora, construída para a posse em 1º de janeiro.
O vereador também já solicitou modificações no banheiro adaptado do térreo, mais um elevador e uma rampa elevada para a tribuna. "Faço isso não por mim, mas para que a Câmara fique acessível para outras pessoas com deficiência."
A presidente da Casa, Amélia Naomi (PT), informou que irá fazer as adaptações. 

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