13 agosto 2016

A inclusão como forma de paternidade

   Plantar uma árvore,fazer um filho e escrever um livro.Seriam essas as aspirações de todo homem?Por tais critérios, posso falar,estou na contra mão das realizações eternizadas pela máxima.

  Embora tenha participado de uma coletânea de poemas,isso foi feito há muito tempo. Precisei usar um pseudônimo.Portanto,não vale como estreia na literatura.Como menino criado na cidade, o contato com o verde veio pela alface que sobrava do Big Mac.E,com exceção do carnaval de 98,sempre fui um cara precavido.Dificilmente haverá um filho meu espalhado pelo mundo.
  
   Os filhos que pretendo deixar,os melhores capítulos a serem escritos estarão conectados com a nossa causa.Para isso,procuro enternecer as mãos,afiar a alma para semear horizontes.

  Ser pai é uma tarefa ingrata.Os filhos se rebelam,traçam caminhos perigosos,com companhias nem sempre recomendadas,em circunstâncias inusitadas.E os erros não acontecem por falta de avisos.
  
   Erramos pela necessidade de construir uma pedagogia própria, calcada nas experiências acumuladas.Mesmo com o zelo,o aconselhamento paterno,não adianta.Tem alguns tipos de tombos que foram feitos para a gente.São obstáculos fantasiados de escadas, armadilhas feitas para fortalecerem a autonomia dos nossos passos.
  
  Ser militante, defensor da inclusão das pessoas com deficiência nos apresenta uma salada de emoções.De cara,precisamos cultivar os nossos desejos mais salutares.

  Porque os brotos da árvore da acessibilidade crescem desiguais no Brasil.Precisamos a cada dia florescer os princípios da igualdade,justeza de condições com severas doses de convicção.Além de uma generosa convivência com a paciência.

  Sou um marinheiro de primeira viagem,com pouca experiência.Creio no futuro da nossa luta.Quando olho para os ganhos por nós conquistados viro um pai coruja.

 O ano de 2016 tem sido transformador,pois vejo a Lei Brasileira de Inclusão,as Paraolimpíadas como os primeiros passos de uma infância confiante,viva e esperançosa.

 Virão outras fases,outras situações.Quero ser o melhor pai possível,fazer dessa ideia a prática constante do meu melhor.

 Mesmo quando desafiado pela incompreensão,quando a mensagem que eu queira passar estiver ausente da realidade do meu filho,hei de perseverar.A adolescência é assim mesmo.Os desafios da inclusão tendem a se complicar conforme nos debruçamos na luta.

 E munido por esse amor, essa vigilância permanente com tão querido fruto,pretendo acompanhar muitas conquistas.

 Dores de cabeça,frustrações virão aos montes.

 Mas,me diga,existe alguma família que não apresente isso?

 Sigamos juntos na luta.

 Um abraço para todos,

 André Nóbrega.



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