Predomina um clima de ressaca no Rio de Janeiro.
Após o sucesso dos Jogos Olímpicos, a aceitação maciça dos cariocas, dos turistas
que aqui estiveram, ninguém quer voltar para a vida cotidiana, atribulada da cidade.
Isso é um péssimo sintoma para a nossa causa.
Afinal, se o melhor da festa já passou,que espaço sobraria para a população
brasileira viver, sentir a Paralimpíada?
Sofremos dois baques, mesmo antes da
realização do evento, que será realizado entre os dias 07 e 18 de setembro.
O primeiro golpe surgiu quando circulou pela impressa,
na semana passada, a colocar em xeque a realização dos jogos. A justiça
brasileira resolveu proibir investimento público ou de estatais para a empreitada,
até que o Comitê organizador divulgue os seus gastos.
Desgraça pouca é bobagem. Porque um fato
ruim pode ser acompanhado por outro,tão nocivo quanto o primeiro.De quebra,nós ficamos sabendo de
outro dado aterrador: muitos atletas que nos representarão não haviam recebido
o dinheiro, o repasse destinado a cobrir a quantia referente às suas passagens
áreas.
Na sexta-feira, dia 19 de agosto, o prefeito do
Rio de Janeiro, Eduardo Paes, confirmou o aporte financeiro de 250 milhões de reais,
para o cumprimento da Paralimpíada. Dele,também
veio a frase nada animadora.
Mesmo sem falar em números, Eduardo Paes foi taxativo:
“Praticamente nenhum ingresso foi vendido’’. Segundo estimativas, o número de
ingressos vendidos não chega a 10% do total dos que foram disponibilizados.
Desde então, verifico uma movimentação nas
redes sociais. Percebo amigos, entidades com respaldo na luta pela inclusão
convocarem uma súbita adesão ao feito.
Pretende-se assim haver um incremento na
compra das entradas para as modalidades, as inúmeras competições sem quórum,participação
da nossa calorosa torcida.
Mas como de repente chamar a mídia para o
acontecimento que aqui ocorrerá?
O apelo das redes sociais, o suplício para
uma movimentação repentina para prestigiar a magnitude das Paralimpíadas, para
mim tem outro significado. Soa como uma corrente de orações para salvar um
paciente terminal, uma vaquinha feita para angariar fundos para uma pessoa a
quem estimamos, mas que passa por uma situação de abandono, miséria e penúria.
Horrível sermos tratados com
tamanha desconsideração. Nossos paratletas terão um desempenho magnífico.
Contudo, parece que boa parte da população brasileira não saberá disso.
Não acompanhei nenhuma chamada feita em TV aberta,
com o intuito de dar ênfase à participação dos nossos atletas. A TV Brasil vai
passar os Jogos, o que é pouco para atingir o grande público. Ao que parece, a
transmissão das provas da Paralimpíada não interessa aos grandes grupos de
mídia daqui.
Com isso, a importância da internet é multiplicada.
Precisamos dar suporte, apoio para que os Jogos Paralímpicos não caiam no esquecimento,
no hiato da programação definida pelos barões da nossa imprensa.
Estaremos juntos dos nossos paratletas,com a incumbência
de usar a rede para compartilhar link´s,informes diários sobre o nosso
desempenho paraolímpico.
Transmissão de provas feitas pela internet
precisam ser divulgadas, por todos nós.Não vamos deixar que a chama dos Jogos
Paralímpicos se apague.Nossa função como agentes da informação será crucial
para se formar uma memória coletiva sobre os Jogos.É indispensável que ajudemos
os nossos atletas,galera.
Sigamos juntos na luta pela
inclusão.
Um abraço para todos,
André Nóbrega.
A constatação de que um deficiente pode ser melhor do que muitas pessoas normais, leva os mesquinho a uma dor sem precedentes... reforça a incapacidade de cada um lidar com seus fracassos. Faz cada individuo pensar sobre o que tem feito para mudar a propria realidade. E é de trabalho e atitude que o povo vive fugindo... enfim.. expresse o que penso.
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