O lugar na história para o 11 de setembro
está marcado pelo sangue.De imediato,nos remete à destruição do World Trade
Center, nos colide com um arsenal de imagens assustadoras daquele dia
malogrado pela dor, há quinze anos atrás.
Para o Chile, então, a data também suscita desgraças.
O mesmo 11 de setembro, mas no ano de 1973, marca o início da sangrenta ditadura no país. Associa o período com outras tristes histórias dos governos autoritários latino-americanos da época.
Existiria um 11 de setembro brasileiro? Algum
fato capaz de refletir um acontecimento de mudança da história?
E se hoje pudéssemos promover, estabelecer
com novos fatos o deflagrar da nossa primavera? Mesmo com as ordens de todas as
pautas vigentes, do açougue político vindo de Brasília, há uma verdade incontestável: a paralímpiada é um sucesso retumbante. É um fato capaz de encher de orgulho cada brasileiro, de nos fazer voltar a dialogar com
outros horizontes.
Não apagarei da memória as matérias que
suscitam a tragédia americana. E, por consciência e apego à democracia, o
início do governo Pinochet carece de um cuidado diante dos
Trumps,dos vices que nos fazem temer por uma possibilidade de um futuro de
reconstrução,que prometem uma mudança abraçada pela mordaça.
Pela primeira vez estive numa prova dos Jogos
Paralímpicos. Já consigo anexar novas memórias à data, porque hoje eu fiquei carregado pelo ideal de humanidade que consagrou o Gandhi , o Martin Luther
King.
Embalado pela amorosidade, segui magnetizado em
meio a uma multidão que perfilava um sentimento estranho, abafado pelas tempestuosas
crises. Estava lá, de forma clara o motivo que enfim podia promover orgulho ao nosso mal tratado país.
Nação singular, de tanto baterem na gente
desaprendemos a gostar de ti.Perdoe-nos pelo afastamento, mãe gentil, mas essa dor nossa, tão pungente, não há de ser inutilmente.
O 11 de setembro de 2016 que eu vivi hoje, no
Rio de Janeiro, é o mundo onde eu quero estar sempre.
Terra adorada, a nação dos 45 milhões de
pessoas momentaneamente excluídas, germina sonhos prósperos, e o seu futuro
espelha essa grandeza.
Verás que um filho teu não
foge à luta,enfrenta calçadas perigosas,mas também frequenta pódios e acumula
medalhas.
Nossa trajetória está apenas
começando.
O melhor ainda está por vir.
Um abraço para todos que
acordarão amanhã sob outro efeito,por estarem alimentados com a construção de
um Brasil mais inclusivo,
André Nóbrega.
Que o momento paralímpico ajude a construir essa cidade, esse país mais inclusivo com o qual tanto sonhamos! Beijos!!!
ResponderExcluir