11 setembro 2016

O nosso 11 de setembro.

  O lugar na história para o 11 de setembro está marcado pelo sangue.De imediato,nos remete à destruição do World Trade Center, nos colide com um arsenal de imagens assustadoras daquele dia malogrado pela dor, há quinze anos atrás.

  Para o Chile, então, a data também suscita desgraças. O mesmo 11 de setembro, mas no ano de 1973, marca o início da sangrenta ditadura no país. Associa o período com outras tristes histórias dos governos autoritários latino-americanos da época.

  Existiria um 11 de setembro brasileiro? Algum fato capaz de refletir um acontecimento de mudança da história?

  E se hoje pudéssemos promover, estabelecer com novos fatos o deflagrar da nossa primavera? Mesmo com as ordens de todas as pautas vigentes, do açougue político vindo de Brasília, há uma verdade incontestável: a paralímpiada é um sucesso retumbante. É um fato capaz de encher de orgulho cada brasileiro, de nos fazer voltar a dialogar com outros horizontes.

 Não apagarei da memória as matérias que suscitam a tragédia americana. E, por consciência e apego à democracia, o início do governo Pinochet carece de um cuidado diante dos Trumps,dos vices que nos fazem temer por uma possibilidade de um futuro de reconstrução,que prometem uma mudança abraçada pela mordaça.

 Pela primeira vez estive numa prova dos Jogos Paralímpicos. Já consigo anexar novas memórias à data, porque hoje eu fiquei carregado pelo ideal de humanidade que consagrou o Gandhi , o Martin Luther King.

  Embalado pela amorosidade, segui magnetizado em meio a uma multidão que perfilava um sentimento estranho, abafado pelas tempestuosas crises. Estava lá, de forma clara o motivo que enfim podia promover orgulho ao nosso mal tratado país.

  Nação singular, de tanto baterem na gente desaprendemos a gostar de ti.Perdoe-nos pelo afastamento, mãe gentil, mas essa dor nossa, tão pungente, não há de ser inutilmente.

  O 11 de setembro de 2016 que eu vivi hoje, no Rio de Janeiro, é o mundo onde eu quero estar sempre.

 Terra adorada, a nação dos 45 milhões de pessoas momentaneamente excluídas, germina sonhos prósperos, e o seu futuro espelha essa grandeza.

Verás que um filho teu não foge à luta,enfrenta calçadas perigosas,mas também frequenta pódios e acumula medalhas.

Nossa trajetória está apenas começando.

O melhor ainda está por vir.

Um abraço para todos que acordarão amanhã sob outro efeito,por estarem alimentados com a construção de um Brasil mais inclusivo,


André Nóbrega.


Um comentário:

  1. Que o momento paralímpico ajude a construir essa cidade, esse país mais inclusivo com o qual tanto sonhamos! Beijos!!!

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