O dia da independência do Brasil neste ano
virá recheado, revestido por múltiplos significados. Pois, existe uma sincronia
latente entre a data que celebra o país enquanto nação autônoma, soberana com o início
dos Jogos Paralímpicos.
É chegada a hora da nossa causa emitir um
urro, formular um gesto capaz de enobrecer toda a nossa história para o
reconhecimento das nossas demandas. No dia 07 de setembro começará um novo
capítulo na história da nossa inclusão. Que grito do Ipiranga poderia carregar
o espírito da nossa luta de forma tão justa, simbólica e retumbante?
Não pesa nenhuma visão utópica, a considerar
que tudo de repente se tornará melhor. Porém, sem dúvida alguma, o espírito de luta,
de suor a ser direcionado para as mudanças que almejamos, todo o esforço
empregado em nome de uma sociedade inclusiva estará mais bem representado.
Os paratletas brasileiros representam a
consolidação de uma tendência;a cada medalha, a cada recorde conquistado. Nós
todos ganharemos uma visibilidade considerável.
E que representatividade privilegiada será a
que teremos entre os dias 07 e 18 de setembro. A fina flor dos campeões, formada
pelos brasileiros concentrados para o evento, com certeza, nos orgulhará.
O incômodo pódio do preconceito precisa ser abandonado.
Aos poucos, a sociedade, já míope com a pobreza de tantas siglas, denominações
preocupadas em atender a qual quadro de deficiência nós estamos inseridos, perceberá
o óbvio.
Nós estamos muito além daquilo que nos falta. As
costumeiras atribuições a nós feitas como coitados, prima irmã da tendência de achar
que somos vítimas do destino sofrerá um abalo. Esse sentimento não terá espaço
quando algum campeão nosso, uma atleta brasileira paralímpica subir ao pódio
nas próximas semanas.
Então, para quem é preconceituoso e tem a alma
ensebada por uma mentalidade tacanha, a partir do dia 07 de setembro, por favor,
reconsidere as suas opiniões. É sempre tempo de melhorar.
Para todo mundo os Jogos
Paralímpicos oferecerão uma chance de melhora íntima. Para alguns, não será
surpresa alguma, e sim a afirmação da nossa potencialidade em um estágio pleno.
Para outros, os jogos cumprirão uma função pedagógica,
ao mostrarem que as superações das barreiras, dos limites podem ser feitas de
forma tão categórica.
Embora surja a necessidade de fazer uma
ressalva.Porque para quem esteja intoxicado por certezas,seja regido por uma
maneira limitada de perceber o mundo,e por isso,ainda não tenha racionando algo
elementar.
Aprender com tombos, conviver com as quedas
de forma sistemática são fatos com os quais lidamos sempre. No entanto, nós
costumamos ultrapassar marcas invisíveis, sem o usufruto de nenhuma medalha.
No dia 07 começarão os Jogos Paralímpicos do
Rio de Janeiro. Será muito mais do que uma festa global, a evidenciar a
condição do Brasil como potência paralímpica.
Começará na quarta-feira o
registro para o mundo da nação inclusiva, que algum dia o nosso país poderá se
tornar.
E, apesar das dificuldades, iremos
com sede ao pódio.
Um abraço para todos,
André Nóbrega.
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