Felizes as memórias construídas, a
partir do efeito, da emoção própria, única, vinda das salas de cinema.
Poder elencar em seu glossário
existencial , junto com uma lista de filmes inesquecíveis, um anexo de
experiências determinantes.
Já
sem o protagonismo de outrora, de arte, patrimônio fundamental do século XX , a
sétima arte resiste, nos encanta. É uma fidelidade, em meio ao deserto da vida,
ser contagiado por uma história, num oásis oferecido por aquela tela gigante.
Quem
pode negar o efeito, o impacto proporcionado pela exibição dos grandes filmes
em nosso caminhar, como admirador incontido, inveterado, sensível a essa
manifestação artística?
Os
cegos, as pessoas com baixa visão, os surdos. Não bastasse a exclusão, no sentido
prático, cotidiano, ao qual uma pessoa com deficiência se defronta, há este
agravante, de grave incisão na vida, na realidade de quem possui tais
características.
Por
que a falta de acesso às salas de cinema, museus é uma negação ao sonho. Ao poder essencial de
germinamos saberes, diante das experiências acumuladas. Depois de apreciarmos grandes
obras, obtemos um escape lúdico, enquanto nos mantemos acesos, vivos, em nossa
trajetória.
O
acesso universal às salas de cinemas , portanto, possui uma conotação comum, presente ao
de um Direito Fundamental, na Constituição Federal de 1988.
Não por acaso, está elencado, com amplo e
merecido destaque na Lei Brasileira de Inclusão. A nossa maior conquista
jurídica, em seu Título II-Capítulo IX- fala sobre o’’ direito da pessoa com deficiência
à cultura, ao esporte, ao turismo, ao lazer, em igualdade de oportunidades com
as demais’’.
Soa
quase como ficção, escrita criada a partir de situações estabelecidas em mundo
paralelo, fora do Brasil padrão, a parte do país conhecida, preocupada em não
nos dar protagonismo. Nem a justa viabilidade.
A
ANCINE(Agência Nacional de Cinema) divulgou um cronograma, com o intuito de
estabelecer acessibilidade, em mais de 3.200 salas de cinema no país.
Aos
poucos, pretende-se adaptar os equipamentos culturais das salas de exibição,
para enfim ocorrer o ingresso, a assimilação dos conteúdos audiovisuais.
Será
edificante presenciar o êxtase, o gozo refletido no corpo de quem sequer é
considerado, levado em conta, pela exibição, o circuito de filmes comerciais. E
em sessões permanentes .
Pelo
plano de difusão ambicionado pela ANCINE, a partir de 1º de janeiro de 2020, 100% dos filmes deverão ser
exibidos com opção de acessibilidade em Libras, audiodescrição, ou legendas
descritivas.
Muita
torcida, uma enormidade de cautela, pelo cumprimento, a assunção definitiva de
um pleito tão ambicioso .
Com
as palmas, o peito pronto para ser arrebatado, caso a ideia ganhe corpo, espaço
e significados.
Vamos
torcer.
Um
abraço para todos,
André
Nóbrega.
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