Desde março deste ano, o
shopping Downtown , localizado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, implementou
uma regra . De acordo com o novo regimento, as vagas preferenciais, destinadas
às pessoas com deficiência, não possuem mais direito à gratuidade. É isso
mesmo.
Ontem, quando estive lá, fui informado disso.
Mesmo assim, a simpática mulher do estacionamento resolveu, talvez movida por
um sentimento de penar, me ‘’ conceder’’ esse direito, aliviar a barra e não me
cobrar nada. Mas que ficasse claro, aquilo valeu somente para ontem. De agora
em diante, para cada ida ao shopping, teria agora de pagar pelas vagas especiais.
Estranho, após sair do carro, era pensar nas
indicações de vagas especiais, agora oficializadas a nos prestar um meio serviço.
As demarcações visuais das nossas vagas, capazes de serem identificadas de
longe, haviam virado o quê? Pelo menos, no Shopping Downtown , passaram a ser
representações mentirosas , anúncios fantasiosos de um direito adquirido .Na
prática , as vagas são violadas de forma sistemática.
Por
frequentar esse espaço há algum tempo, sei o quanto a administração lá faz
pouco caso na fiscalização das nossas vagas. Com um selo falso colocado nos carros,
a identificar um veículo condutor de uma pessoa com deficiência, qualquer um
pode andar, fazer cambalhotas de alegria após achar uma vaga especial. Na hora
do aperto, com o shopping cheio, a cidadania costuma ser atropelada pela malandragem.
Pela lei,o Downtown não praticou nenhuma
anomalia . A determinação da gratuidade em locais privados atende a uma vontade
dos seus donos. A mudança de orientação ocorreu, a lógica comercial predominou,
veio para ficar e nos classificar como mercado. Se fôssemos atendidos como consumidores,
tivéssemos as nossas reivindicações atendidas, não haveria problema algum.
O funcionamento básico do estacionamento, se
cumprisse com o seu objetivo essencial de cobrir a demanda de vagas, seria o
mínimo esperado dentro de uma esfera bem gerenciada. Mas não tem como não
duvidar de um estacionamento onde há a imposição vagas especiais junto com a
passividade de fiscalizações precárias.
É como
se comprássemos uma TV e ela não chegasse à nossa residência. Por mais que
tenhamos em mãos a nota fiscal do produto, obtido as condições de pagá-lo corretamente,
se não existir garantia na entrega daquele aparelho em nossa casa, existe algo
de errado.
O mesmo ocorre quando alguma pessoa ocupa uma vaga nossa sem necessidade.
Ou seja, quando a vaga especial é ocupada por alguém ‘’ normal’’, sentimos a
mesma afronta de alguém que compra por algum produto e não o recebe.
Ontem, sem receber nenhuma multa, recebi uma
boa taxa de insignificância do shopping Downtown . Como se tivesse que pagar
agora por um direito que não funciona. Mas, sigamos na luta.
Um abraço para todos!
André Nóbrega.
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