Ersea Maria Alves desfilou com a ajuda de Toby
Foto: Divulgação
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Quando tinha 18 anos Ersea Maria Alves fez um curso de manequim, mas nunca imaginou que um dia estaria na passarela com seu cão. Ela tem uma doença degenerativa que a fez perder a visão, e aos 57 anos desfilou com a ajuda de Toby, um labrador, na semana da comemoração da luta pelos direitos da pessoa com deficiência, vestindo o modelo vendedor do terceiro Concurso de Moda Inclusiva.
Organizado pela Secretaria Dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, o evento no Museu da Casa Brasileira reuniu cerca de 200 convidados e classificou os 20 melhores trabalhos de moda inclusiva de estudantes e estilistas. Os três primeiros lugares foram premiados com tecido para a confecção de roupas.
A secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, destacou a importância do vestuário. "É inquestionável, na medida em que expõe a dignidade da pessoa", afirmou. As peças usadas pelos cadeirantes apresentavam recursos para facilitar a colocação e retirada, já aquelas desenvolvidas para pessoas com deficiência visual continham etiquetas em braile com sua breve descrição.
Para Ersea, é muito difícil para uma pessoa com deficiência visual ou física trabalhar como modelo profissional, mas foi divertida a brincadeira e louvável a iniciativa de incentivar a moda inclusiva. "Para nós, ter uma etiqueta em braile com a descrição e cor da peça é fundamental para a autonomia".
Ersea é técnica de vendas do SP Turismo como e acredita que esta função lhe cabe melhor. Mas, o momento do desfile foi de grande emoção, porque foi uma demonstração do quanto a sociedade está avançando na inclusão das pessoas com deficiência. Ao final do evento, Linamara apresentou os recursos de acessibilidade disponíveis no evento a todos os presentes.
O destaque ficou para a cabine de audiodescrição, ao fundo da platéia, que mantinha os cegos presentes cientes de tudo o que estava acontecendo, como os detalhes das roupas do desfile. O evento também contou com intérprete de Libras e a passarela contou com recurso de piso tátil direcional. O primeiro lugar do Concurso ficou com Amanda Alves dos Santos, o segundo com Vitória Cuervo de Azevedo Moura e o terceiro com Adriana Silva.
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