Que tal aderir ao clima de carnaval, e junto
com o brado dos tamborins que irão chacoalhar pelas esquinas,a letra daquela
marcha antiga da sua preferência,agora também celebrarmos uma das maiores
vitórias recentes dos carnavais de rua?
Falo aqui da folia inclusiva,o movimento
presente em vários estados do Brasil com a intenção de tornar o carnaval uma
festa mais participativa.Não queremos ficar de fora dessa farra,precisamos
entrar nessa roda também.
E já tem gente pensando nisso,com
iniciativas que trabalham bem a questão.Assim,podemos celebrar os merecidos
dias de desvario com o cuidado,a atenção necessárias para enfiarmos o pé, a
roda ou o andador na jaca.
Você conhece o bloco ‘’Senta que eu empurro’’,que
sai toda sexta-feira de carnaval,no Rio de Janeiro? Pois bem,meus amigos, no
próximo dia cinco de fevereiro,às 18h começa a concentração do bloco,previsto
para sair às 20h.O ponto de encontro é na rua Arthur Bernardes,no Catete.
Estive no bloco em 2013 e 2014, e pude
presenciar uma das mais revolucionárias formas de ativismo social.Não conheço
transformação pessoal nenhuma que não dialogue com o afeto.Nenhum
livro,manifesto ou passeata podem igualar o benefício trazido por um abraço bem
dado,feito no momento em que precisamos diminuir a nossa proporção de rancor
,raiva e igualarmos a balança com uma maciça dose de calor humano.
O nosso ativismo exige muito da gente.É
indispensável nos mantermos vigilantes,atentos aos problemas,e estarmos
comprometidos com a mudança.Diante de tantas dificuldades,com o número de
situações que nos desfavorecem,acabamos por nos cultivar um gérmen da desesperança.Raros são os momentos,as
circunstâncias a nos agraciarem de forma plena.
O carnaval inclusivo,geralmente apoiado por
associações ,ONGS que lidam com a inclusão da pessoa com deficiência,coloca um
outro olhar sobre a questão.O que me fez usufruir do bloco’’Senta que eu
empurro’’é eu não ter me sentido o ‘’diferente’’ ali.
De alguma forma,naquele dia,éramos todos iguais,de
acordo com as particularidades,a riqueza das nossas diferenças.Ao meu lado ,
crianças com síndrome de Down me ofertavam uma daquelas raras e espetaculares
manifestações genuínas de alegria.
Havia nesse dia uma característica presente
na sorte dos nossos melhores momentos.Imperava ali a condição fundamental da
alegria,que fez com que as pessoas com deficiência visual,nanismo fossem portadoras apenas de uma característica : a
capacidade de festejar a existência.
Fica aqui a dica para quem quiser estiver no
Rio de Janeiro e quiser se beneficiar dessa glória.
Um viva para a folia inclusiva.
Salve o bloco’’Senta que eu
empurro’’.
Um abraço para todos,
André Nóbrega.
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