15 fevereiro 2016

O clube da luta

   
 Havia na Rede Sarah uma espécie de terapia em grupo,o GIP.Nela,os pacientes em tratamento tinham um espaço aberto para expor várias situações,inúmeros problemas com os quais a pessoa com deficiência passava.Ainda iniciante em relação ao problema neurológico que me acidentou,naquele tempo, o GIP me preencheu.

  O grupo de apoio tinha as suas ações conduzidas por uma pedagoga,e uma psicóloga.Foi uma chave para abrir a porta do ativismo pela acessibilidade,a inclusão da pessoa com deficiência.Porém,o GIP foi circunstancial por outro motivo.Através dele pude entrar em contato com vários colegas ,que partilhavam a mesma dor com a qual convivia .

  A lesão quando aparece limita tudo em nossa vida.A maneira como vivíamos antes precisa ser alterada.As limitações, de tão radicais,nos assustam.Sabe uma maneira de podemos dar prosseguimento a nossa trajetória?É conviver com gente que passou por situações parecidas com as nossas.

  As sessões no GIP muitas vezes funcionavam como um exorcismo.Os embates eram frequentes,pois,embora a questão da deficiência fosse o denominador comum ali,as percepções de cada um eram colocadas em choque.

   São muitos os tipos de lesão existentes;difícil de  prever a maneira como cada um reagirá ao problema, mas é reparadora a sensação de pertencimento causada pela nossa luta.
  
  Embora saudoso do GIP,tenho orgulho de ter participado daquelas reuniões.Creio que a Rede Sarah plantou muitas sementes com a empreitada.Porque no Brasil inteiro os filhos do GIP  continuam perseverantes,e atentos à causa.

 Mesmo assim,não seria interessante investir em centros de apoio psicológico para as pessoas com deficiência?Nada muito complexo.Seria um núcleo voltado para as questões a nos afligirem.Porque existem alguns problemas que somente quem é deficiente pode compreender.

 Não precisaria ser algo suntuoso.Primeiro,juntaríamos um grupo de amigos com deficiência.Depois,definiríamos a casa de alguém para abrigar as reuniões.E não é obrigatória a necessidade de haver uma sede oficial.Conforme as necessidades,circunstâncias,o local pode variar.É necessário estabelecer uma pauta,e claro,um tempo de duração dos encontros.

 Porque poder contar com lugares onde pudemos compartilhar nossos anseios,dúvidas e risadas seria transformador.Os alcoólicos anônimos ajudam a vida de muitas pessoas.Precisamos criar os nossos próprios grupos de auxílio.

Amigos e amigas de luta,vocês me ajudam a elaborar isso?

Um abraço para todos,


André Nóbrega.


Um comentário:

  1. André,
    sou a pedagoga que fazia o GIP estou atendendo em um consultorio em Jacarepagua que tem uma sala de reunioes e um auditorio, se tiver mais pacientes intetessados poderiamos fazer lá. Tambem tenho um amigo com um espaço em Sta Teresa nao sei como é a acessibilidade desse espaço posso procurar saber, quem sabe não resgatamos o GIP? Tambem tenho saudades...

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