Havia na Rede Sarah uma espécie de terapia em
grupo,o GIP.Nela,os pacientes em tratamento tinham um espaço aberto para expor
várias situações,inúmeros problemas com os quais a pessoa com deficiência
passava.Ainda iniciante em relação ao problema neurológico que me acidentou,naquele
tempo, o GIP me preencheu.
O grupo de apoio tinha as suas ações
conduzidas por uma pedagoga,e uma psicóloga.Foi uma chave para abrir a porta do
ativismo pela acessibilidade,a inclusão da pessoa com deficiência.Porém,o GIP
foi circunstancial por outro motivo.Através dele pude entrar em contato com
vários colegas ,que partilhavam a mesma dor com a qual convivia .
A lesão quando aparece limita tudo em nossa
vida.A maneira como vivíamos antes precisa ser alterada.As limitações, de tão
radicais,nos assustam.Sabe uma maneira de podemos dar prosseguimento a nossa
trajetória?É conviver com gente que passou por situações parecidas com as
nossas.
As sessões no GIP muitas vezes funcionavam
como um exorcismo.Os embates eram frequentes,pois,embora a questão da deficiência
fosse o denominador comum ali,as percepções de cada um eram colocadas em
choque.
São muitos os tipos de lesão existentes;difícil
de prever a maneira como cada um reagirá
ao problema, mas é reparadora a sensação de pertencimento causada pela nossa
luta.
Embora saudoso do GIP,tenho orgulho de ter
participado daquelas reuniões.Creio que a Rede Sarah plantou muitas sementes
com a empreitada.Porque no Brasil inteiro os filhos do GIP continuam perseverantes,e atentos à causa.
Mesmo assim,não seria interessante investir em
centros de apoio psicológico para as pessoas com deficiência?Nada muito
complexo.Seria um núcleo voltado para as questões a nos afligirem.Porque
existem alguns problemas que somente quem é deficiente pode compreender.
Não precisaria ser algo suntuoso.Primeiro,juntaríamos
um grupo de amigos com deficiência.Depois,definiríamos a casa de alguém para
abrigar as reuniões.E não é obrigatória a necessidade de haver uma sede
oficial.Conforme as necessidades,circunstâncias,o local pode variar.É
necessário estabelecer uma pauta,e claro,um tempo de duração dos encontros.
Porque poder contar com lugares onde pudemos
compartilhar nossos anseios,dúvidas e risadas seria transformador.Os alcoólicos
anônimos ajudam a vida de muitas pessoas.Precisamos criar os nossos próprios grupos de auxílio.
Amigos e amigas de luta,vocês me ajudam a
elaborar isso?
Um abraço para todos,
André Nóbrega.
André,
ResponderExcluirsou a pedagoga que fazia o GIP estou atendendo em um consultorio em Jacarepagua que tem uma sala de reunioes e um auditorio, se tiver mais pacientes intetessados poderiamos fazer lá. Tambem tenho um amigo com um espaço em Sta Teresa nao sei como é a acessibilidade desse espaço posso procurar saber, quem sabe não resgatamos o GIP? Tambem tenho saudades...